top of page

Francisco José Alves

Considerado o principal abolicionista da Província de Sergipe, Francisco José Alves nasceu em Itaporanga em 12 de janeiro de 1825, dos seus setenta e um anos de vida, dezesseis foram dedicados ao abolicionismo. Além, de jornalista e abolicionista, foi tenente da Guarda Nacional e ex-combatente da Guerra do Paraguai, logo que chegou da guerra têm início de fato a sua militância a favor da causa dos escravos.
Filho de José Alves Chaves de Lacerda e D. Joana Ludovina Chaves, com os rudimentos de instrução aprendidos no curto espaço de onze meses de frequência na escola primária de sua terra, reunidos à leitura dos bons livros na adolescência, conseguiu habilitar-se a representar regularmente o seu papel social. Aliando a esse imperfeito preparo notável lucidez de inteligência, utilizou a sua atividade no funcionalismo público, como oficial maior da Secretaria da Assembleia Provincial, na advocacia e na Imprensa periódica. Abolicionista extremado, foi quem melhores serviços prestou dentro da província à causa da emancipação dos escravos, arrancando-os em grande número dos horrores do cativeiro e pregando contra a legitimidade da propriedade servil. Durante a tenaz propaganda feita nas conferências públicas realizadas na sua residência, por ele denominada a “Cabana do Pai Thomaz”, e nos colóquios com os escravos, sofreu duras perseguições e muitas vezes fora ameaçado na própria vida pelos que se julgavam prejudicados com as suas doutrinas emancipadoras.
Aos perigos que se lhe antolharam, opôs sempre a fé inabalável na vitória dos seus ideais, que só arrefeceram quando viu desaparecer da legislação do país a desumana instituição. Como prêmio pela dedicação à causa que defendeu com tanto ardor, recebeu uma medalha de prata oferecida pela “Sociedade Abolicionista” da Bahia. Sendo tenente da Guarda Nacional contribuiu com seus serviços militares na província no tempo da guerra entre o Brasil e o Paraguai.
Fundou e redigiu:
– O Libertador: órgão de propaganda abolicionista. Aracaju, 1880-1885. Proprietário e único responsável, Francisco José Alves. Publicação: duas vezes por mês. O 1o número é de 28 de novembro daquele ano.
– O Descrido: periódico crítico e literário: Aracaju, 1882. Publicação bi-semanal. O 1o número é de janeiro.
Escreveu:
– Um brado contra o despotismo. No “Diário de Sergipe” de 18 de março de 1877.
– A Liberdade: conferência realizada em sua residência no Aracaju, a 10 de novembro de 1882 para o fim de ser organizada uma sociedade abolicionista da escravidão. No “Sergipe”, de 17 de novembro de 1882.
– Discurso proferido pelo Presidente da Sociedade Libertadora Sergipana. No “O Libertador”, Aracaju, de 8 de dezembro de 1883.
Francisco José Alves faleceu em 10 de abril de 1896 na cidade de Estância.

bottom of page