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Genolino Amado

Genolino Amado, jornalista, professor, cronista, ensaísta e teatrólogo, nasceu em Itaporanga/SE, em 3 de agosto de 1902, filho de Melchisedech Amado e Donana, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 4 de março de 1989. Eleito para Academia Brasileira de Letras, em 9 de agosto de 1973 para a Cadeira n. 32, sucedendo a Joracy Camargo, foi recebido em 14 de novembro de 1973, pelo acadêmico Hermes Lima.
Iniciou sua educação na província natal e fez humanidades no Colégio Carneiro, em Salvador. Aos 17 anos, ingressou na Faculdade de Direito da Bahia, integrando a turma de calouros que iria dar ao país vários escritores e mestres do Direito, tais como Hermes Lima, Pedro Calmon, Nestor Duarte e Adalício Nogueira. Completou o curso jurídico no Rio de Janeiro, onde se diplomou em 1924.
Pouco depois da formatura foi para São Paulo, com o propósito de fazer carreira na advocacia.
Contudo, sua autêntica vocação levou-o ao Correio Paulistano, onde figurou entre os seus principais redatores, tendo sido indicado por Menotti del Picchia para substituí-lo na crônica diária daquele prestigioso matutino. Essa atividade na imprensa foi interrompida com a sua nomeação para Chefe da Censura Teatral e Cinematográfica de São Paulo, em começo de 1928. Perdido o cargo com a Revolução de 1930, retornou imediatamente ao jornalismo, com posição de destaque nos Associados, dirigindo o Suplemento Literário do Diário de São Paulo e publicando cotidianamente crônicas no Diário da Noite. Ao mesmo tempo iniciou a sua colaboração na emissora Record, atendendo a convite de César Ladeira, seu jovem colega de redação, que se transformara repentinamente em locutor popularíssimo e que, depois, no Rio, tanto contribuiu para o êxito singular de Genolino Amado como cronista radiofônico.
Voltando para o Rio em 1933, tornou-se redator-editorialista de O Jornal; foi nomeado professor de curso secundário da então Prefeitura do Distrito Federal, na grande reforma da instrução pública realizada por Anísio Teixeira; e escrevia para a Rádio Mayrink Veiga, na interpretação de César Ladeira, as Crônicas da Cidade Maravilhosa, cujo sucesso sugeriu a André Filho a composição da famosa marcha que se tornaria o hino da Guanabara. A carreira de magistério estendeu-se ao nível superior, como um dos mestres que iniciaram o Curso de Jornalismo na Faculdade Nacional de Filosofia e Letras. Afastou-se das atividades literárias quando passou a exercer, no último governo de Getúlio Vargas, em 1954, o cargo de Diretor da Agência Nacional. Retornou à literatura em 1971, com O reino perdido, em que evoca a sua vivência como professor.
Após a publicação dessa obra, candidatou-se à Academia Brasileira de Letras, atendendo a apelo de vários membros da instituição. Após três meses de labor, em 1977, publicou Um menino sergipano, seu segundo livro de memórias, limitado aos anos transcorridos em Itaporanga, sua cidade natal. Obras: Vozes do mundo, ensaios (1937); Um olhar sobre a vida, ensaios (1937); Os inocentes
do Leblon, crônicas (1946); O pássaro ferido, crônicas (1948); O reino perdido, memórias (1971); Um menino sergipano, memórias (1977). Teatro: Avatar, comédia (1948); Dona do mundo, comédia (1948).